Seção Narrativa: Sintonizados pelo Amor


 A minha vida nunca foi tão entediante como estava sendo naquele ano, só sabia ir para o trabalho e ir direto para faculdade, chegar em casa e estudar de novo e a semana ia embora mais aconteceu um fato que mudou tudo: o aniversário da minha prima Daiana. Ela estava extasiada e queria fazer a maior festa e precisava da minha ajuda, fui para casa dela numa sexta à noite já que o evento aconteceria no sábado de noite e comecei a arrumar a decoração e terminar de fazer os salgados (mesmo sendo uma desastrada em pessoa, mas fiz o que pude), até que Daiana já prestes a dormir me falou:

- Lu, amanhã quero que conheça uma pessoa. - Não estou interessada em ninguém, logo avisando. Afirmei - Calma, nem me deu a chance de explicar direito. Ele é amigo de Maurício lembra dele? - Ah sim! Ele é muito simpático. - Então ele vai trazer esse amigo amanhã, o nome dele é Gabriel e acho que vocês podem se dar bem. Falou Daiana. - Pelo menos tá pensando em alguém para eu não ficar sozinha. Vamos dormir logo que amanhã ainda temos o bolo pra pegar pela manhã. Dormimos até umas 8 da manhã e logo a mãe de Daiana nos chamou. Pedimos um Uber e fomos na confeitaria, a festa tinha como tema uma base bem tropical e o bolo não ia sair dessa definição. Voltamos para casa e a aniversariante começava a se arrumar e lavar o cabelo enquanto eu e minha tia nos comprometemos em fritar os salgados e colocar na mesa além de temperar as carnes para o churrasco, foi a confusão mais gostosa que participei nos últimos tempos e estava com saudade de não me sentir tão sobrecarregada. Nossos tios começaram a chegar com a bebida (acharam que uma festa de 22 anos tem que ser memorável e não mentiram) enquanto eu preparava a churrasqueira com carvão que caiu no chão e tive que pegar com a mão o que me deixou muito suja mais o importante era que Daiana já estava pronta. Até que ela me pergunta: - Você não vai se arrumar? Daqui a pouco Maurício vai tá chegando com o amigo dele e você ainda está toda suja de carvão, não sei como consegue. - Olha só, eu não me importo tá? Pelo menos já estou acabando e indo subir para me arrumar. - Se você diz, então tá, espero que adiante porque precisa tirar minhas fotos. Terminei de acender o fogo e corri pro banho, sabia que quando a festa estivesse perto de acabar poderia ir pra piscina que tinha por lá e como a festa era tropical usei a roupa mais simples possível: Um body e short jeans com um kimono ainda mais que estava confortável foi minha única opção. Arrumei meu cabelo e fui pro espaço da festa estava tudo muito bem preparado então Daiana me chamou e comecei a tirar as fotos que ela me pediu e servir as pessoas (ser parente da aniversariante tem essas consequências). Estava tudo normal até Daiana me chamar pra tirar foto com ela e uns amigos quando vi que atras da mesa estava ela, Mauricio e um desconhecido que só sabia o nome: Gabriel. Logo de cara achei ele o maior nerd, nada a ver comigo mais já que não queria nada com ninguém mesmo não dei bola. Primeiro dei um abraço no Maurício que logo começou a falar coisas engraçadas e fazer todos rirem, quando o desconhecido falou: - Ele é idiota assim mesmo, é uma ótima maneira de chamar atenção pra não começar a chorar. Disse ele - Tentar fazer as pessoas rirem nunca é demais, se não envolver nenhuma forma de inferiorizar ninguém por mim ele continua hilário. Logo parei de falar e terminei de tirar a foto. Na hora acho que também me chamaria de ignorante ou fria demais com quem não conheço mais na hora não tinha possibilidade de pensar numa resposta mais apropriada e na verdade nem sei como ele voltou a conversar comigo depois dessa. Servindo as pessoas comecei a beber e a dançar sempre gostei de todo tipo de música e a aniversariante ter o mesmo gosto que você faz com que o aniversário passe a ser ainda mais divertido. Já tinha “me demitido” da função de garçonete e passado a ser uma simples convidada que só sabia querer comer, beber e aproveitar a festa. Quando já estava com meu prato na mão Maurício me chamou para mesa dele e eu sentei. Até que ele me pergunta: - Vai dar uma chance pro Gabi ou vai continuar se esquivando? - Me esquivando? Eu só não o conheço. - Mais também não está se dando a chance. Falou Maurício - Só não acho que seja o momento. - Você nunca sabe se é o momento até que ele chegue. Nunca pensei que o mais palhaço fosse falar uma coisa tão filosófica que me fizesse agir de outra maneira, até que Gabriel se juntou a mesa: - Pensava que mulheres não misturassem tanta comida em um prato. Falou ele - No caso, eu não sou qualquer tipo de mulher. Afirmei Acho que a risada dele fez com que eu o olhasse de outra maneira e acho que ele também, mais no momento nem pensei muito. Até que eu acabei de comer e o chamei para dançar: - Vamos ver se você é bom de dança assim como é bom no papo. - Olhe o afronte. Falou de maneira engraçada Gabriel Fomos para pista de dança e acho que soubemos aproveitar o dia. Ele sabia dançar muito bem, e acabou me ensinando passos novos o que tornou ainda mais engraçado. Abrimos uma roda, colocamos todo mundo para dançar e ir para pista até umas 19h que foi quando começamos a cantar os parabéns e não saíamos do lado um do outro. Daiana não sabia cortar o bolo então tomei a frente e cortei para todo mundo, Biel, Daiana e Maurício começaram a servir o bolo, e o pessoal foi indo embora. Quando a maior parte dos convidados foram embora pulei na piscina e não liguei mais para nada, Daiana veio logo atrás com a roupa que estava es os meninos tiraram a camisa entraram também. Começamos a brincar de tudo qualquer maneira e aproveitar o final da festa desde subir em cima do outro a afundá-los na água. Conversamos por um tempo sobre coisas aleatórias e as pessoas da festa até que chegou a hora de ir embora, já que a casa de Daiana é longe em relação as nossas casas e eu ainda queria estudar no outro dia. Até que perguntei: - Por que não rachamos logo um carro e vai todo mundo junto? Pode ser mais barato. Perguntei - Mais Maurício vai ficar. Falou Daiana - Não sabia que vocês já estavam nessa fase da relação. Falou Gabriel - E não estamos, só vou fazer companhia. Afirmou Maurício - Pelo visto só vai ser nós dois Luísa, pode relaxar eu pago sua parte. - Mesmo sem pedir, eu aceito. Terminei Em uns 10 min. o carro já tinha chegado e fizemos uma parada pra minha casa, já que a minha era mais perto. Não conversamos muito durante a corrida já que o cansaço já tinha me vencido e encostando na janela do carro, adormeci. Gabriel acordou-me e perguntou se estava perto de onde eu moro, avisei que sim e pedi pro motorista descer, quando já estava um pouco longe do ponto vi ele descer: - Pega meu número, pra você avisar quando chegar. Falou ele com o celular na mão. - Se preocupa demais, mas eu gostei. Afirmei rindo Mais de qualquer forma eu aceitei, tinha gostado da atitude dele ainda mais que quando ele já estava indo para o carro me deu um beijo no rosto e correu. Fui para casa com um sorriso besta no rosto, meus pais já estavam dormindo então tomei um banho e deitei. Lembrei que ele tinha pedido pra avisar então mandei mensagem “Já estou indo dormir, espero que tenha chegado bem. Boa noite” e apaguei. Acordei o mais tarde possível em um domingo, minha mãe já estava até fazendo o almoço. Quando acabei de tomar banho e sentei na mesa da cozinha pra tomar café ela me perguntou: - Deve ter sido bom o aniversário de Dai, hein? - E foi mãe, tia Rege deixou umas coisas pra senhora lá de lembrancinha. Disse pra senhora passar na casa dela. - A paquera dela estava lá? Ela perguntou. - Dormiu até na casa dela e levou um amigo também. A resposta que ela deu já era esperada. - Ele virou sua paquera também? - Claro que não né mãe, conheci o homem ontem! -Tá bom, tá bom não está mais aqui quem falou. Terminou ela Acabei de tomar meu café e voltei para o quarto, ainda tinha que terminar umas pesquisas da faculdade de odontologia já que estava nos últimos meses e fui até a noite. Fiquei um tempo longe do celular até umas 20h da noite (peguei só porque queria pedir uma pizza) e aproveitei para manda uma mensagem para Daiana “como foi a noite?” ela respondeu que foi divertida e me perguntou “Convidou o seu amiguinho pra entrar na sua casa ontem?” avisei que não tinha amiguinho nenhum e que nem o conhecia para chamar ele para ir em algum lugar. Mas parecia que eu precisava falar algo com ele, já que foi tão gentil comigo em uma única noite. Só que ele pensou isso primeiro que eu: “como foi o término do seu final de semana” respondi rapidamente que passei o domingo estudando então ele respondeu: “que sem graça”. Pior que foi, terminei de pedir a pizza para mim e meus pais comer e continuei falando com ele durante a noite sobre os assuntos mais doidos e da vida adulta (nunca vi coisa tão complicada de entender) e quando vamos parar de pensar que estamos tão perdidos até a hora que eu peguei no sono sem querer e só acordei no outro dia. Acordei e continuei seguindo a minha vida, durante o dia não tenho muito tempo de descanso. Trabalho das 7 da manha até às 17 da tarde e depois passo em casa, tomo um banho e vou pra faculdade e quando não dá tempo vou direto do trabalho e meu dia vai embora pode ser bem monótono mais garante que eu ajude dentro de casa e acabe me formando, então considero sempre a recompensa. Odonto nunca foi o meu ponto de partida, mais acabou se tornando minha paixão ainda mais que poderia trabalhar na pediatria e acompanhá-las durante toda a vida e isso é o que eu quero que aconteça. Na faculdade tenho mais colegas só que a minha amiga de verdade por lá (depois de Daiana, já que fomos criadas juntas e eu sou um ano mais velha que ela) é a Ana, fazemos a maior parte do trabalho juntos e isso fez com que ficássemos muito próximas e a partir daí se tornou uma grande amiga. Quando as aulas acabam vamos sempre em uma lanchonete comer algo para ir pra casa e sempre pedimos algo para comer nós duas para ir para casa. Mas naquela segunda-feira Ana ia se encontrar com o noivo e tive que ir sozinha para a lanchonete sozinha (sempre tinha que passar por lá pois sempre estava morrendo de sono depois do dia de trabalho). Pedi um hamburguer e um suco de laranja (melhor combinação impossível) e fiquei lá sentada comendo ate que vejo Gabriel indo para uma mesa no fundo da lanchonete e então chamei ele: - Oi Gabs, como nunca te vi por aqui? - Oi Lu! Eu estava trabalhando numa loja mais próxima de casa, mas fui transferido para cá. - Que coincidência, a faculdade que eu estudo é perto daqui, aí venho comer aqui sempre depois das aulas. Quer sentar? - Pensei que nunca ia perguntar. - Minha educação é perfeita, meu bom senhor! Então começamos a conversar sobre os trabalhos, ele me contou que queria fazer uma faculdade de publicidade já que sempre gostou de trabalhar com o publico e gosta de retratar a comunicação e eu falei sobre minha faculdade e o assunto foi ficando mais amplo e tempo foi passando que nem percebemos mais já estava ficando tarde e ainda tinha que estudar então me despedi: - Tenho que ir pra casa, já está ficando tarde e ainda tenho que estudar. Vai que minha mãe fica preocupada. - Entendo, vamos fazer um trato toda semana vamos nos encontrar aqui e conversar um pouco. Assim a gente se conhece ainda mais, pode ser? - Trato feito. E assim fizemos durante uns 6 meses, entre ligações, conversas e muitos lanches. Em um sábado depois de um tempo fizemos um encontro de casais entre mim, Gabriel, Daiana e Maurício (que particularmente já estavam casados) e Ana e Felipe em um restaurante. Até que me encontrei com Gabriel na porta da minha casa e pediu para entrar. Ele nunca tinha me pedido uma coisa dessas então estranhei mais não neguei. Ele chegou ao lado do meu pai e deu boa noite se sentou ao lado dele e pediu para conversar: - Queria dizer para senhora Conceição e o senhor Bento que amo a filha de vocês e a coisa que eu mais quero é namorar com ela, e permitir que tenhamos um futuro juntos. Os senhores concordam com isso antes de eu pedi-la oficialmente? Minha mãe falou: - Finalmente vou ter um genro! Já o meu pai: - Concordo e respeito, enquanto houver o respeito entre nós e principalmente com ela eu te dou a mão da minha filha. Então Gabriel me perguntou: - E você, aceita ser a minha namorada? E eu respondi extasiada que sim! Fomos para o restaurante muito felizes com a novidade e todos já sabiam do pedido (menos eu, mais fiquei tão surpresa que nem me importei). Nunca tinha sentido algo pelo que sentia por Gabriel, e assim começou a nossa vida juntos, entre tantas coisas e comum simplesmente nos sintonizamos pelo amor dentro de uma festa e numa lanchonete à noite.

Narrativa escrita por um(a) aluno(a) do 1º ano do Ensino Médio da Escola Adonai em Salvador: Larissa Ramos. Todos os direitos autorais pertencem ao blog, seus escritores e os autores da obra.

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