Seção Narrativa: Por Engano


 Tudo começou no restaurante, quando fomos comemorar o meu aniversário de 17 anos. Já tinha muito tempo que eu estava esperando por aquele tão sonhado dia. Me lembro, que tínhamos alugado uma mesa enorme, para aquela noite. Convidei só meus amigos mais próximos e meus familiares. Até aí tudo bem, foi depois do prato principal, que o tão prestigiado momento começou a virar de cabeça pra baixo.

Decidi ir ao banheiro, já não estava me sentindo bem, comecei a ficar com febre e calafrios, comentei com minha mãe e ela teve o trabalho de comentar pra todos da mesa. Não quis acabar com o meu momento, então decidi voltar e fingir que nada aconteceu. Mas a cada minuto que passava, ficava mais difícil de esconder a exaustão que estava sentindo. Voltei ao banheiro para molhar o rosto, foi quando eu vi que tinham surgidos pequenas bolhas pelo meu corpo todo. Comecei a estourar uma por uma, na expectativa de escondê-las. Não demorou muito pra reação vim, a ardência pela minha pele, me deixou em desespero. Decidi chamar minha mãe, conversamos e acabamos chegando a conclusão que era melhor minha ida ao médico. Ao relatar isso para meus convidados, todos começaram a suspeitar que eu estava com sarampo. Acabou que todo mundo resolveu ir pro hospital junto. Chegando lá, fui levada para fazer exame de sangue. Ia demorar um pouco pra sair o resultado, com isso a maioria dos meus amigos decidiram ir embora. Acabei pegando no sono, assim que acordei comecei a ter alucinações e náuseas. Me lembro vagamente de minha mãe saindo no corredor em prantos chamando a médica para me atender. Por coincidência ela já vinha ao nosso encontro com os resultados do exame. O diagnóstico foi que eu estava com catapora. Só que não era só isso, estava perceptível na face da Doutora sua apreensão… Foi quando começou a explicar, que os níveis dos componentes do meu sangue estavam muito abaixo do que é considerado saudável, minha mãe permanecia estática e assustada ao ouvir da médica que eu precisaria ficar internada. A partir daí a correria começou, tinha que fazer urgentemente um raio X. Minha mãe, muito abalada só fazia chorar, se n fosse meu pai dando um suporte emocional para ela… Sei nem como tudo ia fluir. Como foi pedido realizei todos os exames, mas logo vi que o meu nome estava errado, questionei a médica e ela me perguntou se aquele nome não era o meu mesmo, neguei com a cabeça e ela saiu para verificar no sistema. Um pouco depois a médica volta e diz que os exames haviam sido trocados pelo fato dos nomes serem "parecidos", nisso eu já tinha lotado o hospital de lágrimas com medo de morrer (que irônica) recebemos o meu exame oficial e estava tudo bem, agora só precisava ficar de repouso por causa da catapora. Em dúvida decidi perguntar sobre os meus supostos exames de quem era, a médica informou que pertencia à de uma criança de 10 anos, que estava com uma situação complicada. Ganhei alta do hospital, estava exausta e triste pelo fato do meu aniversário ter sido um desastre e mais ainda pela criança.

Narrativa escrita por um(a) aluno(a) do 1º ano do Ensino Médio da Escola Adonai em Salvador: Thainá Nery. Todos os direitos autorais pertencem ao blog, seus escritores e os autores da obra.

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