Os Reinos Africanos
Neste estudo veremos os Reinos do:
- Egito
- Núbia (Cuxe)
- Gana
- Mali
- Songai
- Iorubá
- Benin
- Congo
Essa temática tem sido bastante abordada nas provas anteriores do ENEM,
portanto é preciso um estudo apurado sobre este assunto. Ao contrário, do que
muitos acreditam, a África antes dos Europeus não era apenas um
"amontoado" de tribos rivais. O continente Africano teve diversos
reinos bastante organizados e com uma estrutura social semelhante aos antigos
impérios europeus.
A historiografia sobre a África, tem pouca
contribuição de africanos. Os poucos estudiosos africanos que trabalharam neste
sentido, estudaram na Europa e herdaram assim a tradição européia de enxergar a
África. A história do continente foi propagada sobretudo através da tradição
oral, o que tem promovido uma revisão da história africana
A historiografia sobre a África, tem pouca
contribuição de africanos. Os poucos estudiosos africanos que trabalharam neste
sentido, estudaram na Europa e herdaram assim a tradição européia de enxergar a
África. A história do continente foi propagada sobretudo através da tradição
oral, o que tem promovido uma revisão da história africana
Egito
De acordo com os
principais estudos arqueológicos, as margens do Rio Nilo foram ocupadas desde
cerca de 8000 a.C por grupos seminômades, que viviam da caça, pesca e coleta de
frutos. Ao longo do tempo estes grupos passaram a se aproveitar da fertilidade
promovida pelo Nilo e se estabeleceram fixamente nesta região. As dificuldades
impostas pela região desértica, levaram estes povos a desenvolver técnicas para
sua sobrevivência, criaram assim comunidades agrícolas, que passaram a ser
chamadas de Nomos. Os chefes dos Nomos lutavam entre si pelo domínio das
regiões. Afim de melhor enfrentar os adversários, os líderes dos Nomos
uniram-se e formaram dois reinos: o Baixo e o Alto Egito.
300 anos depois do desenvolvimento do Baixo e do Alto Egito, o
líder do Alto Egito Menés unificou os reinos e tornou-se o primeiro Faraó. Com
o processo de unificação, as tarefas que eram desempenhadas pelos chefes dos
Nomos passaram a ser realizadas pelos funcionários do Estado.
A sociedade egípcia era dividida em: Faraó e sua família,
Sacerdotes, Nobres, Chefes militares, Funcionários do Estado, Artesãos,
Camponeses e Escravos.
Os privilegiados:
Faraó e sua família viviam em palácios grandiosos, dispunham de
luxo e conforto, vestiam-se suntuosamente, o Faraó era considerado um deus na
terra, sua palavra era quase inegociável. Os sacerdotes eram os responsáveis
pelas cerimônias religiosas, os nobres eram compostos pelos parentes do Faraó e
descendentes dos antigos Nomos, os chefes militares eram os líderes do exército
egípcio e os funcionários do Estado eram compostos pelos escribas, fiscais das
plantações e cobradores de impostos. Nenhuma das pessoas que faziam parte da
camada dos privilegiados eram obrigados a pagar impostos.
A camada pobre:
Essa camada social era obrigada a pagar impostos e grande parte de
seus recursos era destinada para este fim. Os artesãos confeccionavam roupas,
esculturas, joias, móveis e barcos. Os camponeses criavam animais e cultivavam
a terra. Por fim, os escravos eram utilizados em trabalhos nas minas,
construções e trabalhos domésticos em sua maioria era composta por prisioneiros
de guerra.
Os Egípcios eram politeístas, seus deuses eram responsáveis pelo controle
do dia e da noite, além de influenciarem nas forças da natureza. Seu panteão de
deuses era formado por seres divinos que possuíam características e desejos
humanos. Os egípcios acreditavam na vida após a morte, eles julgavam importante
serem recebidos por Osíris no reino dos mortos, para eles quando alguém morria
sua alma deixava o corpo para um dia retornar, por isso era importante o
processo de mumificação.
O processo de mumificação era realizado por sacerdotes especiais, eles
utilizavam-se de facas afiadas, retiravam os órgãos internos (fígado, pulmões,
estomago e intestino) e depositavam em recipientes. O coração era mantido no lugar,
por que eles julgavam que nele se concentrava a inteligência e o cérebro era
descartado. O corpo era lavado com especiarias, coberto com natrão e reservado
por 40 dias para absorver a umidade, depois desse período ele era posto em uma
faixa de linho e um caixão de madeira. Vale lembrar, que este processo era
realizado principalmente para o Faraó, os representantes da camada de
privilegiados pagavam pelo trabalho e os mais pobres eram apenas envolvidos com
natrão por poucos dias e postos no caixão.
A crença na vida após a morte levou alguns líderes egípcios a ordenarem
a construção de gigantes túmulos, surgiram assim então as pirâmides. Há
controvérsias a respeito da construção destas gigantescas obras, alguns afirmam
que mais de 100 mil escravos participavam ativamente das construções, alguns
levavam toda a sua vida transportando blocos de pedra e esculpindo debaixo de
um sol escaldante. No entanto, uma segunda versão acredita que grande parte da
obra era realizada por trabalhadores assalariados que viviam integralmente para
esta tarefa, tinham uma boa vida e moravam nas redondezas das construções, para
os estudiosos que acreditam nesta versão o que motivava estes trabalhadores era
o prazer em servir ao Faraó.
Núbia (Cuxe)
Os cuxitas desenvolveram-se na região de Núbia, que fica entre o sul do
Egito e atual Sudão. Era uma região que despertava o interesse de diversos
povos, principalmente por ser rica em ouro. No século XVI a.C, Cuxe foi
conquistado pelo Egito e sofreu forte influência cultural, os deuses e as
construções passaram a ser semelhantes. No ano de 730 a.C os Cuxitas
conseguiram vencer os egípcios e conquistar parte de seu território, a cidade
egípcia de Tebas passou a ser a principal cidade sob domínio cuxita, este
período foi conhecido como a época dos Faraós negros.
Dentre as principais construções cuxitas estavam as pirâmides, assim
como entre os egípcios, as pirâmides eram construídas como túmulos para os
Faraós, no entanto, as pirâmides cuxitas eram menores, possuíam uma capela na
entrada e linhas horizontais em sua lateral. Um detalhe interessante, era que
quando um Faraó cuxita morria todos os seus servos e animais domésticos eram
sacrificados e sepultados com ele, com o passar do tempo essa prática foi
substituída pelos Chauabitis, que eram pequenas estatuetas que
representavam os servos do Faraó Cuxita.
No século VII a.C a capital do Império foi transferido para Méroe,
antigos deuses voltaram a ser adorados e houve um retorno a prática da
escarificação, que consistia em arranhões na pele, os desenhos eram associados
a posição social ou característica pessoal. Nesta época as mulheres eram
as responsáveis pela liderança política e religiosa, as rainhas-mãe (conhecidas
como Candaces) assumiram o controle da sociedade, dando início a um sistema
matriarcal de poder, seus maridos passaram a figurar como segundo plano no
reinado, o papel do marido passou a ser similar ao que as rainhas desenvolviam
nas sociedades antigas.
Reino de Gana
Fundado no século VI por nômades do
deserto. Este importante reino africano ficava localizado entre o Saara e os
rios Senegal e Níger. O rei deste reino era chamado de Gana. Todos seus súditos
deveriam pagar tributos e prestar serviço militar em períodos de guerra. Um
detalhe que diferenciava os líderes Gana dos demais reinos africanos, era a
ideia que era mais importante ter muitos súditos do que grandes extensões de
terra.

Reino de Mali
O Reino Mali conquistou o antigo reino
de Gana. O líder político, religioso e militar de Mali era conhecido como
Mansa. A população era composta de diversas etnias como os Mandigas, Jalofos,
Sereres, Tuculores, Fulas, Bambaras e Soninquês. Comercializavam ouro, tecidos,
cobre, sal, marfim, noz de cola e escravos. A população pobre dependia da pesca,
criação de animais e da agricultura. Os Malis sofreram grande influência do
Islamismo e diversas mesquitas foram construídas em suas cidades.
O principal aspecto da cultura do Mali
era a tradição oral. Os griôs eram pessoas que percorriam longas distâncias
transmitindo o conhecimento cultural, eles narravam os acontecimentos em forma
de poesia, acompanhados de um instrumento musical. Havia uma troca cultural, os
griôs contavam as histórias e ouviam novas situações dos nativos que
posteriormente eles incorporavam as suas poesias.
Songai
Os Songai dominaram o Império Mali e fundaram um
poderoso reino na região do Rio Niger. Na cidade de Tombuctu, eles melhoraram o
abastecimento de água, com a perfuração de poços e sistemas de irrigação. Esta
ação dos Songai aumentaram a estabilidade da agricultura da região e
consequentemente da economia. Os Songai destacaram-se na educação, eles
intercambiavam professores das regiões do Egito, Pérsia, Marrocos e da região
Ibérica. Eles inauguraram diversas Universidades que tinham um ensino similar
ao europeu; disciplinas como: Teologia, Retórica, Direito, Grámatica,
Matemática e Lógica eram ensinadas. Livros eram escritos, copiados e distribuídos
nestas Universidades, isso proporcionou a cidade de Tomboctu o título da cidade
dos livros e passou a ser considerada pelos europeus nos séculos XIV e XVI como
a metrópole mais rica em livros da época.
Os reinos Iorubás
No século X, no local onde hoje está a Nigéria, os
Owo, Queto e Benin organizaram-se em diversos reinos. A cidade mais importante
era Ifé que desempenhava um importante papel comercial, por estarem localizadas
entre as principais rotas daquela época. Na cidade de Ifé, algumas técnicas de
fundição do ferro foram desenvolvidas e expandidas para outras regiões do mundo
antigo. Além disso, o principal rei Iorubá o Oni habitava nesta cidade. A
organização social dispunha de diversos reis que eram chamados de Obás que
deviam respeito ao Oni. Escavações atuais demonstram que os Iorubás dispunham
de uma arte bem elaborada, algumas esculturas sofisticadas foram descobertas e
demonstraram que este povo trabalhava com cobre, ouro, latão e argila.
O reino do Benin
Dentre os povos Iorubás, o de Benin talvez tenha
sido o que mais ganhou destaque. Fundado no século XV, prosperou sobretudo
devido a atividade mercantil. Eles comercializavam sal, dendê, peixe, tecidos e
cobre. Desenvolveram uma moeda (Manilhas) para utilizar nas transações, além
disso utilizavam-se também de barras de cobre. O rei deste povo era chamado de
Obá, que controlava os chefes das aldeias e devia obediência ao Oni. Os Benin,
também produziram esculturas e placas de metal, uma das características estéticas
que identificavam a realeza era seus colares de contas que cobriam todo o
pescoço.
O reino do Congo
Fundado próximo ao rio Congo, no final do
século XIV o reino do Congo tinha na cidade de Banza Congo a sua capital, seu
principal governante era conhecido como Mani Congo, ele detinha a centralização
do poder e era auxiliado por um conselho real. O reino do Congo era dividido em
províncias, o líder de cada província era o responsável pela coleta de impostos
e controle comercial de sua região. O território do Congo era repleto de
mercados onde diversos produtos eram trocados, como o sal, tecidos e metais. No
século XV, os portugueses iniciaram o processo de exploração do litoral
africano em busca de metais. Em 1483, os portugueses desembarcaram no Congo,
alguns dos chefes locais se aliaram aos lusitanos e supostamente se converteram
ao cristianismo. Essas alianças, proporcionaram para os líderes locais uma
maior quantidade de armamentos e consequentemente uma expansão de poder sobre
as regiões vizinhas. Em 1489 o Mani Congo converteu-se ao Cristianismo e tornou
obrigatória a substituição religiosa antiga pelo Catolicismo, a maioria do povo
se opôs duramente, provocando diversas divisões no reino.
autor: Dielson Costa
O legal de estudar este assunto é que você aprende mais e larga o preconceito com a cultura desse povo, pois muitas pessoas não conhece algo e só sabe apenas fazer critícas principalmente da religião da população africana sem ter conhecimentos sobre este povo que contriuiu para a nossa formação.
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