ENEM Filosofia: Estética e Arte

O que é a beleza? Será possível defini-la objetivamente?

A beleza
Desde Platão ao classicismo, diversos filósofos tentaram fundamentar a objetividade da beleza e da arte. Platão, afirmava que a beleza é a única ideia que "brilha" no mundo. Por um lado, ele considera o caráter sensível do que é belo, e por outro continua a afirmar sua essência perfeita, objetiva. Conforme o  ponto de vista platônico, nos vemos obrigados a reconhecer o "belo em si" que não depende de obras individuais que, dentro do possível, devem se  aproximar desse ideal universal.

O classicismo deduz regras para o conceber artístico a partir do que consideram o belo ideal, fundando assim a estética normativa. Neste caso é o objeto que possui qualidades que o tornam menos ou mais agradável, e isso independe do sujeito que a percebe. Os filósofos empiristas Locke e Hume nos séculos XVII e XVIII, relativizaram a beleza, tendo em vista que ela não é uma qualidade das coisas, mas um sentimento na mente das pessoas. Sendo assim, para eles o julgamento de beleza depende da presença de prazer em nossas mentes ao contemplar algo. Finalizando este raciocínio filosófico considera-se que todos os julgamentos de beleza, são verdadeiros, e os gostos são igualmente válidos e aquilo que depende do gosto pessoal não pode ser discutido racionalmente. O belo,  passa portanto a não estar mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito.
Kant, ao debruçar-se na dualidade objetividade-subjetividade, preocupa-se em discutir os julgamentos estéticos, e não sobre a experiência estética. Para ele o belo é "tudo aquilo que agrada a todos, ainda que não haja justificativa intelectual". O juízo estético para Kant é o sentimento do sujeito, e não a conceituação do objeto. No entanto, esse sentimento é despertado pelo objeto. Para este filosofo embora seja um sentimento individual, é possível a universalização desse juízo, por considerar que a forma de julgar algo são as mesmas em cada ser humano. Belo, é então uma qualidade que atribuímos aos objetos com base em nossa subjetividade e por isso não pode haver regras para conceber este conceito, mesmo que consigamos ter uma universalização da ideia de beleza.

Hegel, realiza uma comparação do que é belo ao longo da história e da forma como o conceito de beleza mudou de face por diversas vezes. Para ele, essa alteração se reflete na arte e depende mais da cultura e da visão de mundo vigentes do que propriamente de uma exigência interna do belo. Atualmente, a perspectiva fenomenológica atribui a beleza como uma qualidade de alguns objetos. Beleza é então uma imanência total de um sentido ao sensível, ou seja, cada objeto singular estabelece seu próprio tipo de beleza.

“O feio”
Embora, o tema "feio" tenha sido banido do território artístico entre a Antiguidade Grega e a Época Medieval, passou a ser amplamente discutido no século XIX, o feio na arte passou a ser, não aquilo que atribuímos subjetivamente, mas aquilo que não atende plenamente a sua proposta, em outras palavras se existir uma obra feia não haverá obra de arte.

Gosto e subjetividade
A ideia de gosto não pode ser encarado como algo arbitrário da nossa subjetividade. O gosto imperioso refere-se a si mesmo do que ao mundo dentro do qual ele se forma, esse julgamento estético decide o que prefiro em virtude do que sou. Sendo assim, aquilo de que eu gosto é bom e aquilo de que eu não gosto é ruim, esse idealismo nos leva ao preconceito e dogmatismo. É necessária que a subjetividade ao objeto estético esteja mais interessado em conhecer, do que em preferir. Compreende-se então, que ter gosto é julgar sem preconceitos, converter o particular em universal.

A compreensão pelos sentidos
Define-se então que a estética é a "compreensão pelos sentidos".  A arte portanto desafia o intelecto e nossas capacidades emocionais e perceptivas. A exposição à uma obra de arte, sem preconceitos e sem limites produz o surgimento de um sentimento no sensível, educa nosso gosto, nos torna mais ricos emocionalmente e intelectualmente, por meio do prazer que nos é proporcionado.

Van Gogh, o valor das cores

Nesta apresentação da estética e arte, faz-se necessário apresentar as pinceladas curtas, cores contrastantes e tinta grossa de Van Gogh. Ele se inspirou na paisagem que via da janela de seu quarto em um sanatório, O céu, parece um mar revolto, e as estrelas parecem estar em um movimento incessante. Este movimento é dado pelas pinceladas que formam linhas curvas contrastando com a aparente calma do vilarejo. Van Gogh utilizava-se do valor emocional das cores que empregam um "estilo grandioso para as coisas". Não se preocupava apenas com o realismo ou de dar uma ilusão de realidade a cena, mas antes usava a expressividade das cores como base de sua arte.



autor: Dielson Costa

Comentários

  1. Na minha opinião;as vezes jugamos tudo o que vemos,em belo e feio; devemos saber que a opinião é de cada pessoa e não devemos insistir que uma pessoa goste do que você goste,cada pessoa tem seu próprio gosto por algo,como na arte,pois alguns gostam de esculturas outros de quadros e diversos artistas.

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  2. Como sempre, texto perfeito!

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