A morte é um fenômeno inevitável e pensar sobre este assunto, nos leva a refletir qual deve ser o nosso viver.
Segundo a maioria dos filósofos e
historiadores; Sócrates preparou-se para a morte, rejeitando todo tipo de
excesso, desde o comer, beber ou da riqueza. Ele não tinha uma definição clara
do que ocorre após a morte, entretanto, afirma que o homem deve viver a
liberdade, moralidade e a verdade.
Heidegger, afirmava que a existência
é o projetar-se para o futuro, ou seja, o problema em relação à morte, é o não
existir, o problema é o momento em que o ser angustia-se por não poder existir
mais. Não é o medo de morrer, mas o angustiar-se por não poder existir mais.
Para ele, existem pessoas que vivem na impessoalidade e que encontram refúgio
na ideia da morte dos outros, mas nunca a sua, recusam-se a pensar sobre este
assunto.
Ao longo do tempo as sociedades
mudaram a forma de enxergar a morte. Nas sociedades tribais eram comuns lhe dar
com a morte, inclusive uma série de cerimonias e rituais lembravam e
dignificavam este acontecimento, a morte era aceita como algo natural. Em meados
do século XIX e XX era comum que a família acompanhasse a morte do ente querido,
o moribundo sabia de seu estado e inclusive crianças acompanhavam todo este
processo, o velório ocorria na própria casa e o luto era indicado pela cor da
roupa dos familiares. Com a urbanização, os grupos sociais ficaram cada vez
menores, o “viver e sofrer em família” ficou cada vez mais incomum, os velórios
passaram a ocorrer em locais específicos, as crianças são retiradas de todo o
processo e se tornam alheias a este assunto, sendo surpreendidas com a ausência
do parente e com estórias de jardins e moradas no céu, além disso hoje em dia,
doentes terminais não são comunicados a respeito de seu estado, pois na
atualidade, a morte não é debatida, não é facilmente digerida, não é um assunto
que se queira conversar; não que desejemos a morte de alguém ou que não haja
sensibilidade na partida de alguém que amamos, mas que cada vez mais tarde isto
é tratado entre as famílias.
Em contrapartida, desta ideia atual de cuidado a tratar da morte, temos também uma contradição, uma banalidade do morrer, e isto é muito claro no avanço da criminalidade, das guerras cada vez mais constantes, do abandono dos idosos e crianças e da forma como tratamos este assunto no cinema, por exemplo. Ou seja, temos um excesso ao tratar deste assunto para um ente querido moribundo ou para uma criança que perdeu um parente, mas não temos nenhum tipo de cautela em apresentar esta mesma temática através das telas da televisão ou dos noticiários de jornal. Portanto, a criança não é apresentada de maneira coerente e viável a este assunto, sendo sempre algo que ocorre com os outros e ainda assim de maneira banalizada.
O pensar na morte não é uma obsessão
pelo querer morrer. Mas, antes é avaliar a finitude da vida é reavaliar como
estamos vivendo, o que queremos fazer, é ponderar e avaliar nossos
comportamentos, é o refletir sobre esta realidade, afim de estar pronto para as
situações que a vida pode nos trazer.
Vivemos constantemente com a morte,
não a física. Mas, todas as vezes que vemos alguém oprimido e sem qualidade de
vida, é uma proximidade com uma morte em vida.
O abrir mão de falar sobre este
tema, também pode nos levar a relativizar e considerar este assunto pouco
importante ao ponto de não considerarmos a dimensão das guerras, dos problemas
sociais e do auxílio à alguém. Não que as pessoas não saibam sobre estes
assuntos ou não o discuta sem falar sobre a morte. Mas, que assim como somos
completamente alheios a falar sobre a morte, também corremos o risco de sermos
também em assuntos como as guerras e ações contra pessoas necessitadas.
Já ouviu falar de seppuku?
ResponderExcluirSim. Ritual suicida samurai em "nome da honra". Diversas culturas têem/tiveram maneiras diferentes para lhe dar com a temática, dentre eles os nipônicos com este ritual que você citou. Outro interessante, eram os rituais Vikings e de tribos "bárbaras", em um deles o "águia de sangue", os pulmões do condenado eram colocados sobre os ombros da vítima que agonizava até a morte.
ExcluirSim já ouvi falar sobre esses. É claro que você sabe minha opinião sobre morte. Mas gosto do jeito que esses caras morriam, de certa forma é parecido com os cristãos até ! Admiro muito os samurais e e como viviam.
ResponderExcluirSim, verdade!
ExcluirEsta prática ainda ocorre no Japão e preocupa o governo nipônico por se tratar de uma prática suicida e há relatos de pessoas que perdem o emprego e sentem-se desonrados, cometendo por fim o seppuku.