papel da escola baseado em Arendt

Hannah Arentd é uma filosofa que fala da responsabilidade que o ser humano deve ter, enquanto morador deste universo, ela tenta explanar seus conceitos educativos de um modo que resolva os problemas de seu tempo. se prestarmos atenção e lermos um pouco das palavras dela, talvez consigamos uma educação onde haja de fato uma importancia com o que acontece com as nossas crianças.
estarei trazendo um trecho do livro: entre o passado e o futuro

“[...] ela (a escola) é (…) a instituição que interpomos entre o domínio privado do lar e o mundo com o fito de fazer com que seja possível a transição, de alguma forma, da família para o mundo.” (Arendt, p. 238).

Este trecho menciona a transição da fase da proteção, para a de inserção no mundo. Quando a criança tem maturidade suficiente para aprender os códigos de linguagem, ela é introduzida em um “mundo maior” em que responsabilidades com o coletivo será introduzida e o ambiente o qual nasceu é apresentado com maiores detalhes.
A escola é a responsável pela transição da proteção para o mundo, os adultos são os responsáveis por dizer como o mundo é e como foi que chegou até onde está, pois o tal é coautor do mundo pelo fato de já ter vivido por mais tempo nele. Essa apresentação independe do adulto concordar ou não com o mundo em que vive, o objetivo central dela é dizer à criança que quem vive neste mundo é responsável pelo que acontece nele.
A escola é o primeiro mundo da criança sem os pais, integrando responsabilidades e consequências ao educando por suas próprias atitudes, desta forma subentende-se que no mundo cada escolha tem suas consequências, além de mostrar em pequenas doses que de alguma forma, tudo que acontece pode ser interferido pelos interagentes do espaço.
Neste trecho a autora traça também o objetivo escolar, indicando sua preocupação com o caminho por onde o mundo está sendo conduzido. 
A falta do sentimento de responsabilidade dos adultos pelo mundo, afeta diretamente o futuro, já que são os únicos que podem dizer o que ocorreu e quais regras imperam na civilização, não cabe à escola instruir a rota que o aprendiz deve seguir, cabe à escola dizer como estiveram as coisas e como estão. O conhecimento da historia do mundo, junto com a tradição, desenvolvem um compromisso com o mundo que segundo Arendt “vive” fora dos eixos.
O fato de se sentir parte do mundo faz com que os novos integrantes queiram que o espaço a que pertence tenha integridade e que continuem nos anos à frente, o que faz com que a próxima geração tenha bons professores que além de participarem ativamente do mundo politico, também protege as crianças as quais o confiaram; tornando a escola uma ponte entre o mundo privado e o mundo publico.

Quando Arendt usa as expressões, “possível” e “de alguma forma”, revela certa indignação pelos acontecimentos, e quem sabe busca a causa para uma possível solução do mundo fora dos eixos, demonstra ter fé nos que estão chegando à humanidade, crendo que são uma ponta de esperança e ao mesmo tempo esperando que alguém tenha uma solução que leve a uma civilização mais humanizada.

. Entre o Passado e o Futuro. 5º ed. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2000;

Comentários

  1. Belo texto...me identifiquei muito com Hannah Arend't e sua filosofia educacional.
    Bjus.

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  2. Amei o texto. Fiquei curiosa para saber quem foi essa pessoa: Hannah Arendt

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    1. Cleidiane o que acha de publicar um breve resumo da biografia e obra de Arendt?

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